quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

sábado, 15 de outubro de 2011

A água quente do chuveiro me abraça inteira. Não deixa um pedaço de pele sozinho.Conforto que eu, ultimamente, não sinto com outros corpos.
Hoje é dia de dormir. Pra não feder no ônibus suado. Pra não molhar os pés no primeiro dia chuvoso da semana. Pra não escorregar na calçada lisa. Pra dormir o que a insônia não deixou. Sem nem escovar os dentes eu fumo aqui no quarto mesmo. A chama do isqueiro é a luz do dia no meu cubículo. Meu corpo ta grudado na cama e daqui só levantei pra mijar umas duas ou três vezes. A pinga é a comida. Dormir é o refúgio. Só é sonho se for diferente do que eu vivo.

Chuva ou sol?

Com esse frio faz tempo que não vejo pele. Aí antes de entrar no banho eu me aproveito demoradamente do espelho grande do corredor. Nossa, meu pé! Tenho que cortar as unhas. Continuo branca. Cor de areia com reflexo de sol forte. E é sempre assim. Eu só me lembro de que esqueci a toalha de banho quando já molhada embaixo do chuveiro percebo que o box está escuro demais. Nublado como a vaga lembrança que agora tenho dele. Às vezes eu acho que não é saudade e sim vontade de transar com um corpo que eu já conheço e que já me conhece. Acho bom assim. Me sinto mais à vontade pra falar e fazer o que o que parece vulgar aos olhos externos, fora da cama. Fora da cama eu tento não volta pra ela nos dias em que falta a vitalidade. Aquela sensação nomeada assim que parece uma explosão de fogos de artifício que acende no estômago e ascende pro peito até fazer bumtataratata. É bom isso, né? Tão ruim sem isso, quando poder viver sem sentimento algum é o que denomino de paraíso. Mas se eu acredito no paraíso? Não, eu acredito na previsão do tempo, isso sim. Tenho que acreditar em alguma coisa, né?
Hoje é dia de dormir.Pra não feder no ônibus suado. Pra não molhar os pés no primeiro dia chuvoso da semana. Pra não escorregar na calçada lisa. Pra dormir o que a insônia não deixou. Sem nem escovar os dentes eu fumo aqui no quarto mesmo. A chama do isqueiro é a luz do dia no meu cubículo. Meu corpo tá grudado na cama e daqui só levantei pra mijar umas duas ou três vezes. A pinga é a comida. Dormir é o refúgio. Só é sonho se for diferente do que eu vivo.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Contraponto

O asfalto é meu tapete vermelho
A ferida coça mas nunca cicatriza
A chuva é minha companhia
Minha melhor amiga morreu
e não foi enterrada
A água evaporou de tanto ferver
A felicidade passou pela minha porta
A cafeína mantém meus olhos abertos
mas ofusca o que eu vejo
Minha droga favorita faz da ilusão, realidade
Espero uma presença
que não é a que toca a campainha
Da xícara agora sai fumaça
No caminho borbulha incerteza
A música ressoa na vida
Os prédios somem na neblina
O inverno mostra o que o verão escondeu

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Monossilábicos

Então, é...
Hum.
Ah, você sabe.
Preferiria não.
E fingir?
Ser feliz na ilusão.
Nossa.
Pois é.
Bem, é isso.
Adeus.